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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Dia 06 de Arzua até Santiago de Compostela

O dia amanheceu cinzento, frio, e a ameaçar com chuva. Estávamos a menos de 40km de Santiago, pelo que o dia hoje era pra se fazer nas calmas. Saímos do albergue às 08 e logo começamos a ziguezaguear por entre os peregrinos. São cada vez mais e em grupos organizados, peregrinos e turigrinos, parecendo autênticas romarias. Perde-se o espírito de peregrino, mas adiante, cada um poderá ser livre para fazer o seu caminho.
Paramos para um reforço a meio da manhã, e já só faltavam 20 kms.
Continuamos a subir  e acabamos por chegar ao monte do gozo. Dali, já se sente o sabor de vitória. Lá em baixo, a apenas 5 km está Santiago. Tiramos a foto do momento e pedalamos até ao nosso destino. Chegamos a Santiago ao meio-dia e assim terminamos mais este caminho. No total, a via de la Plata brindou-nos com 1007km, na primeira parte de Sevilha até Salamanca foi um sufoco devido essencialmente ao calor. Na segunda parte, foi muito duro, mas muito bonito, o que faz com que o balanço final, seja muito positivo.
Obrigado a todos os que tornaram este momento, num momento fantástico e inesquecível.
Será que termina por aqui?













quinta-feira, 26 de abril de 2018

Dia 05, de Sarria até Arzua

Ontem apesar dos poucos kms, deu pra ficar bastante cansado, o que aliado ao bom albergue em que ficamos, tivemos mais uma boa noite de sono e descanso.
Saímos às 08, já com o pequeno almoço tomado, e começamos a pedalar a bom ritmo para aquecer. O terreno é bastante irregular  com constantes subidas e descidas. Com o problema da minha bicicleta resolvido, hoje pedalar foi um consolo. A paisagem e os trilhos que passamos hoje, foram dos mais bonitos e espectaculares que encontramos desde Salamanca.
Pelos bosques, tivemos hoje mais uma falha mecânica, desta vez foi a bicicleta do Joaquim também a partir a corrente. Com a experiência de ontem, conseguimos reparar a corrente em pouco mais de 5 minutos e continuamos o caminho. Hoje atingimos a marca dos 100 km para Santiago, e isso mereceu uma foto do momento.
Chegámos a Palas de rei à hora de almoço, e fomos comer o belo do polvo, que já não me saía da cabeça há uns dias. Estava muito bom, e isso deu ânimo para mais 30 km. Chegamos a Árzua, com 78 km e faltam agora menos de 40 km para Santiago.
Amãnha, é o grande Dia!




quarta-feira, 25 de abril de 2018

Dia 4 de Trabadelo até Sarria

O albergue onde ficamos era muito bom, e tivemos uma bela noite pra descansar e dormir bem. Isso era essencial para a etapa rainha de hoje.
Tínhamos 10 km após iniciar o caminho para fazer o aquecimento, antes de começar a subida ao cebreiro. Como estava frio  custou a ganhar ritmo e devagar fomos percorrendo os kms iniciais.  De nada serviu o aquecimento, pois assim que tínhamos começado a subir, ainda não tinham decorrido nem 100 metros, rebentei com a corrente da minha bicicleta. Fiquei desolado, e naquele momento não sabia se íamos conseguir continuar. Nunca me tinha acontecido uma coisa destas, e apesar de ter a ferramenta necessária, era um desafio consertar a corrente.  Deitamos mãos à obra e após algumas tentativas  lá conseguimos reparar a corrente, principalmente com a  ajuda do Joaquim.
Neste percalço  perdemos muito tempo, e começamos a subir cheios de frio. A subida para o cebreiro foram cerca de 9km, muito duros, em constante subida, sem possibilidade de dar descanso às pernas. Fizemos a subida pela estrada, pois a minha bike não estava operacional a 100%.  Quando estávamos mesmo a chegar ao topo do cebreiro, o tempo mudou drásticamente e passou de sol, para nevoeiro cerrado, muito frio e vento. Ainda avistamos bocados de neve, sinal que estávamos a grande altitude.
Depois de carimbar a credencial  iniciamos a descida até Tricastela onde fomos almoçar com 40km percorridos.  Depois de almoçar fomos em busca de uma loja de bicicletas pra conseguir arranjar a minha bicicleta. Chegamos a Sarria e encontramos a loja de bicicletas. Após estar operacional  íamos iniciar novamente o caminho, mas encontramos um albergue que nos fez concordar em ficar por aqui por hoje. O dia  terminou com 60 km, e agora faltam apenas 114km para Santiago.





terça-feira, 24 de abril de 2018

Dia 03, de Astorga até Trabadelo

O dia amanheceu frio, e assim que saímos do albergue, fomos tomar o pequeno almoço pra aquecer um pouco. Começamos a pedalar e os primeiros 15km serviram de aquecimento para as pernas. Começamos depois a atacar a grande etapa do dia: a subida à cruz de Ferro. Escolhemos seguir pelo caminho de terra, apesar de o caminho recomendado para bicicletas ser pela estrada. Foi duro, tivemos de parar uma ou duas vezes, mas valeu a pena. O percurso era muito bonito, e ao longe, conseguíamos avistar as montanhas mais altas cobertas de neve. Depois de chegarmos lá ao alto, a sensação é de uma pequena vitória e também de saber que regressamos de novo a um sítio onde já deixamos a nossa marca. Voltamos a deixar a nossa pedra que transportamos no mesmo sitio  e depois da foto da praxe, seguimos caminho. Eu recordava-me da descida desde El Acebo até Mollina seca. Há 8 anos desci com atrelado, mas hoje, apenas de mochila às costas, demos espectáculo pela encosta abaixo! Os peregrinos que nos viam a descer até ficavam com os olhos em bico( muitos deles eram asiáticos :-).  Foi uma descida louca e chegamos cá abaixo todos inteiros!  Paramos para almoçar em ponferrada, e o calor começou a apertar cada vez mais.   Fizemos os restantes km até chegar a Trabadelo, onde encerramos o dia com 90km. Amanhã temos etapa Rainha!









segunda-feira, 23 de abril de 2018

Dia 2 de Granja de Moreruela até Astorga

O dia hoje amanheceu frio, mas com sol. Saímos do albergue às 7.30 e fomos até ao bar tomar o pequeno almoço. Depois de tomar o pequeno almoço começamos o caminho. Tivemos logo nos primeiros metros que escolher: seguir por Sanabria ou Astorga. Tal como tínhamos planeado  seguimos por Astorga. Já fizemos esta parte do caminho francês, mas como o Joaquim é praticamente um estreante nestas andanças, achamos que o caminho francês iria dar lhe uma outra perspectiva sobre os caminhos de Santiago, diferente daquela que ele conheceu desde Sevilha até Astorga.  Depois de escolhermos o caminho, começamos a rolar a um bom ritmo  pois o terreno era praticamente plano. Quando tínhamos 30 kms já feitos, fizemos a primeira paragem do dia para um pequeno reforço, e também para esticar as pernas. Depois novamente no caminho, o calor começou a apertar, e as nossas botijas de água começavam a ficar vazias. Paramos para almoçar aos 60 km numa pequena aldeola chamada Quintana del Marco. Inicialmente paramos apenas para abastecer água numa fonte do caminho, mas encontramos um casal que ia à passar na rua, e perguntamos se havia algum sitio para comer, ao qual responderam que iam abrir o restaurante. Ali mesmo na rua, escolhemos o menu que queríamos  e a dona do restaurante fez-nos uma macarronada com carne picada que estava divinal. Após o repasto, voltamos novamente ao caminho e o calor apertava. Após alguns kms, passamos por um troço de caminho que era apenas cascalho solto. Esse foi o pior momento do dia. Foram uns 2 km feitos a muito custo, que acabou por contribuir para maltratar mais um pouco o traseiro  que já se começava a queixar. Os últimos 15 kms foram feitos a bom ritmo  apesar dos kms acumulados e do ligeiro plano inclinado do terreno. Acabamos por chegar a Astorga com 102 km.









domingo, 22 de abril de 2018

Dia 1: de Salamanca a Granja de la Moreruela

De regresso ao caminho, para completar a Via da Plata.  No ano passado, tínhamos terminado em Salamanca, e hoje, cá estamos para fazer os restantes km para Santiago.  Chegamos ontem a Salamanca, de carro, em que tivemos a ajuda do Paulo que nos veio  acompanhar com a missão de regressar de carro ao Porto.  Largados em Salamanca, fomos a procura de um albergue, e só a terceira tentativa conseguimos arranjar dormida. Ficamos a 2 km da Catedral e fizemos o reconhecimento do percurso.  Hoje, saímos do albergue rumo à Catedral para iniciar o caminho. Após a foto da praxe, andamos feito baratas tontas à procura do caminho, pois estava mal marcado em muitos sítios. Só depois de sairmos do centro, a sinalização melhorou. A etapa de hoje era plana, e por isso andamos em bom ritmo. Paramos para tomar um reforço aos 30 km e continuamos depois em direcção a Zamora.  Chegamos a Zamora para almoçar  mas não havia muita alternativa. Acabamos por almoçar numa padaria, uma bela tarte de carne e chouriço. Depois de almoço, o tempo começou a ficar instável e começaram a cair uns pingos. Durante mais de 15 km fomos fugindo da chuva até que começou a chover mais intensamente. Acabamos por nos abrigar durante uma boa meia hora, e depois fizemos os últimos 15 km até ao destino final da etapa de hoje. Resumindo, acabamos o dia com 113 km, e para amanhã não está previsto chuva.