Última etapa desta primeira parte do caminho.
Depois de uma noite bem dormida, iniciamos o percurso de 53km que nos separava de Salamanca. Hoje vestimos o nosso equipamento personalizado do caminho de Santiago, e isso deu mais motivação pra arrancar.
Hoje tínhamos pela frente a subida ao ponto mais alto desta província até aos 1200 mts. Após 10 km de aquecimento (hoje estava mesmo frio), começamos a subir os cerca de 8km até ao topo, que tinha as eólicas a marcar o caminho até onde tínhamos de subir.
Depois da grande subida, veio a descida também ela bastante inclinada e técnica.
Após algumas paragens pelo caminho para repousar, conseguimos avistar Salamanca ainda a uns 12 km de distância. Aos poucos fomos percorrendo o resto do percurso até chegarmos a Catedral de Salamanca por volta das 14h.
Encerra assim esta metade do caminho, onde já percorremos 530 km. Para Santiago faltam cerca de 420 kms.
Vamos ter agora um ano pra planear o resto da viagem, e aguardar ansiosamente para concluir este caminho.
Ultreia e Suseia!
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sexta-feira, 6 de outubro de 2017
Via de la Plata Dia 6 de Fuenterroble de Salvatierra até Salamanca
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Via de la Plata-Dia 5 de Carcaboso até Fuenterroble de Salvatierra
O dia hoje ficou marcado pela entrada na província de Salamanca, em pleno reino de Castela -Leon. Para trás ficou a Extremadura na província de Cáceres.
O despertar foi à mesma hora, às 7, para podermos arrancar as 8h, quando começa a amanhecer.
Hoje íamos ter a primeira etapa de montanha, e para isso estávamos a planear bem as distâncias.
A saída de Carcaboso decorreu com alguma dificuldade. Apesar de nem ser uma cidade, é uma pequena vila, perdemo-nos outra vez, e andamos às voltas a tentar encontrar o caminho.
Este aspecto, tenho de assinalar como sendo o único aspecto negativo. Existem zonas com falta de sinalização, e outras zonas estão exageradamente marcadas, tendo várias setas por exemplo no mesmo sítio.
Hoje já passamos por alguns peregrinos a pé e outros de bike, parece que desde Cáceres que está mais gente no caminho... Mais meia dúzia...
Ao km 21, chegamos a um dos símbolos do caminho da via de Plata, o arco de Pácarra, junto às ruinas romanas.
Depois daí, foi quase sempre a subir. A grande dificuldade do dia, além da temperatura alta que se faz sentir(mais de 30), era a subida ao Puerto de Beja. Escolhemos subir pela via romana, que encurta bastante a etapa, mas é muito mais duro subir pelo empedrado e com uma inclinação superior a10%.
Lá no alto paramos para almoçar e depois apanhamos uma valente descida com uns bons 5km.
Depois continuamos a subir, até chegarmos aqui ao albergue, já a gerir as forças com 83km nas pernas. Amanhã é quase uma volta de consagração, pois estamos apenas a 50 km de Salamanca.
Vamos aproveitar pra almoçar lá e conhecer a cidade, enquanto aguardamos a nossa boleia pra casa.
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Via de la Plata - Dia 4 de Aldea del cano até Carcaboso
Fenomenal! É a única palavra que me ocorre. Hoje foi um dia com trilhos fantásticos pra percorrer, e nunca me diverti tanto a andar de bike. Mas já lá vamos...
Vamos começar com a saída do albergue que aconteceu pelas 8h após o pequeno almoço junto ao albergue. Estava fresquinho, e começamos logo de manhã a andar rápido, porque o caminho era plano. Em cerca de uma hora, chegamos a Cáceres, uma bonita cidade que já conheci há alguns anos atrás, quando estava em trânsito para Oviedo para fazer o caminho primitivo.
Como ainda era cedo, continuamos o caminho e fomos percebendo as mudanças drásticas da paisagem. Primeiro apareceu o Rio Tejo, sinal de água que não tínhamos ainda visto anteriormente, depois, os caminhos começaram a aparecer rodeados de vinhas de ambos os lados, depois passamos de paisagens com sobreiros e chaparro dispersos, para bosques de pinheiros e terminou com os caminhos a ficarem pela primeira vez verdejantes, sinal de água nas proximidades.
Ainda não tínhamos almoçado, e apareceu um desvio no caminho que nos levou por uma via romana, bastante técnica e de difícil progressão, mas que nos levou a poupar cerca de 8km. Quando nos apercebemos, já tínhamos passado ao lado de Embalse de Alcântara e estávamos a chegar a Canaveral. Ali almoçámos e a dona do restaurante, a nosso pedido fez-nos uma bela pratada de massa com tomate e chouriço. Estava delicioso e isso deu nos força para a última parte do caminho. Depois de treparmos novamente uma parede com a bicicleta às costas, entramos num novo tipo de percurso. Fizemos kms e kms seguidos em single tracks, que fazíamos a uma velocidade entonteante, e fazia com que fossemos a serpentear por entre árvores, com muitos saltos ainda pelo meio. Não fosse o peso da mochila nas costas e o saco preso no guiador, hoje teria sido dia para voar baixinho durante muito muito tempo.
Vai ficar certamente na memória este dia de Btt.
Chegamos ao albergue por volta das 19h e com 109 km, e um grande sorriso na cara.
Amanhã temos dia de alta montanha!
terça-feira, 3 de outubro de 2017
Via de la Plata Dia 3-de Villa Franca de Los barros até Aldea del cano
Ao terceiro dia, a maior dificuldade continua a ser o calor que se faz sentir. As altas temperaturas que se fazem sentir, colocaram estes caminhos numa situação de seca extrema.
Para nós, nós temos de nos adaptar.
Sair o mais cedo possível, assim que amanhecer, para aproveitar a frescura matinal.
Foi o que fizemos hoje. Saímos do albergue e andamos em bom ritmo até chegarmos a Mérida ao final da manhã. Aproveitei para comprar uma câmara de ar, pois ontem tive um furo pelo caminho.
Como ainda era cedo, fizemos ainda mais uns km até pararmos para almoçar. Depois de almoçar, ainda deu pra procurar uma sombra e repousar um bocado pra ganhar ânimo para o resto do caminho. Passamos por rios, Lagos e ribeiras completamente secos. O único ponto de água, foi uma barragem, que pareceu um oásis. Chegámos ao nosso destino, com 97km e continuamos a manter as etapas que estavam planeadas.
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
Via de la Plata: Dia 2 de Real de la Jara até Villa Franca de Los Barros
Noite bem dormida no albergue privado, saímos às 08h. Não dá pra sair mais cedo, pois só começa a amanhecer as 7h40.
O percurso começou logo com uma longa subida até Monesterio, que exigiu grande empenho. Após vencer a dura subida, paramos para comer uma bela tosta regada com azeite e com cobertura de presunto... Deu pra ganhar novo ânimo. Tal como no dia anterior, a meio da manhã o calor começou a apertar. Esta tem sido a grande dificuldade deste caminho. Por vezes, temos de andar pela estrada, e nessa altura a temperatura no asfalto faz com que me sinta um frango no churrasco.
Temos bebido muitos líquidos, água inclusive :-) para fazer frente às altas temperaturas.
Acabamos por almoçar já tarde, em Fuente de cantos e depois seguimos em direção a Zafra....Aí perdemo-nos por 3 vezes, e acabamos por ter de andar a perguntar a quem passava, qual era o caminho certo.
Depois de encontrar novamente o caminho, seguimos até ao nosso destino em Villa Franca de Los Barros, onde chegamos por volta das 18h, após 91km.
Amanhã há mais!
domingo, 1 de outubro de 2017
Via de la Plata - Dia 1 Sevilha Até Real de la Jara
Começou a Via de la Plata.
Saímos do hostel as 08h em direção a Catedral para iniciar o caminho.
Quando lá chegámos, a enorme e imponente Catedral era o ponto que atraía todas as atenções.
Após carimbar as credenciais, fomos tomar o pequeno almoço ao Starbucks e em seguida iniciamos o já difícil costume que é orientarmo-nos no centro das cidades. Sevilha não é excepção, e a algum custo, lá conseguimos encontrar as setas.
Nos primeiros km do caminho, o percurso era plano e tínhamos rectas a perder de vista, ladeados de campos de algodão. Um cenário muito bonito. Alguns kms depois, o percurso ficou mais técnico, e as rectas deram lugar às primeiras dificuldades do dia, as subidas.
A meio da manhã, parecia que estávamos a atravessar um deserto, por causa das temperaturas acima dos 30 graus, e também pelo terreno seco e árido. No meio desse deserto, apareceu uma tabuleta a dizer que a uns 20 metros do caminho, havia uma fonte de água. Veio no momento certo, pois a água que traziamos estava a acabar e aquela fonte parecia um oásis no deserto. Após o abastecimento retomamos o caminho com nova energia e continuamos a percorrer os trilhos, até que os trilhos terminaram e o percurso começou a seguir paralelo à estrada nacional.
Fizemos assim uns 10-15 km até pararmos para almoçar. Já não dava pra aguentar o calor. Almoçámos em castilblanco de Los arroios uma bela carne assada e após o repasto, foi difícil voltar ao caminho, já que o calor estava a ser insuportável.
Pior foi que tivemos de fazer grande parte pela estrada, e o alcatrão até escaldava.
Finalmente o caminho entrou na Sierra norte e deu origem a paisagens magníficas e conseguimos ter alguma sombra.
A primeira grande de dificuldade do dia, foi a subida do Calvário, impossível de subir, em que tivemos de empurrar a bike pelo monte acima. Após atingir o topo, começamos a descer para Almaden de la Plata e ficamos indecisos se ficávamos ali a dormir, ou se fazíamos mais 14km até ao próximo albergue. Resolvemos continuar e o percurso continuou rápido e fantástico até chegarmos à segunda parede do dia. Outra subida para carregar a bicicleta às costas, esta ainda mais longa que a do calvário. Chegámos ao destino, El Real de la Jara com cerca de 85 km percorridos e muito cansaço acumulado.