O dia começou com sol e prometia assim continuar.A saída de Melide foi rápida e os km foram passando tranquilamente. O caminho está repleto de peregrinos, de turistas e é difícil passar de bicicleta. A campainha da bicicleta vai tocando, não para pedir licença para passar, mas para avisar que estamos a passar. Nem sempre este convívio se mostrou muito salutar. O cumprimento entre peregrinos dos dias anteriores, parece já não ter grande significado e alguns peregrinos parecem até incomodados porque vamos de bicicleta e vamos chegar primeiro a Santiago. Por isso, e por respeito a quem caminha, os km para nós vão passando mais devagar, para não atrapalhar quem vai a caminhar e vamos nós no nosso caminho.
Fizemos uma paragem a 28km de Santiago, para comer o último bocadillo do caminho e repousar um pouco.
Novamente no caminho, continuamos a pedalar sem pressa e por isso, foi até quase fácil chegar ao Monte do Gozo.
Acho que de todas as vezes que fizemos esta parte final do caminho, esta foi a vez que nos custou menos. A resposta acho que está nos 3 primeiros dias de caminho, muito duros, que nos fez andar várias vezes nos limites das forças, quer fosse a pedalar, a fazer força para nos equilibrar em cima da bike ou até mesmo a carregar a bike ás costas.
Após a sessão fotográfica, fizemos os últimos km até Santiago, acabando por lá chegar às 13h.
A praça do obradoiro continua ainda em obras, mas isso não retira beleza a esse momento. É muito bom chegar uma vez mais a Santiago. Foi um caminho de muita superação e que torna ainda mais especial esta chegada.
Ultreia!
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sábado, 30 de abril de 2016
Dia 6- de Melide até Santiago de Compostela
quarta-feira, 27 de abril de 2016
Dia 5- De Castroverde até Melide
Hoje termina o Caminho Primitivo de Santiago.
Chegamos a Melide a meio da tarde, depois de pedalar 74kms.
O dia hoje começou muito frio e manteve-se sempre assim.
Assim que saímos do albergue, os km passaram rápido e chegamos a Lugo a meio da manhã.
Após uma breve paragem, prosseguimos o caminho em direção a San Romão da Retorta. Antes de lá chegar, passamos no marco que indicava a distância a Santiago: 100km.
Nós últimos dias, os km custavam muito a passar, devido às muitas dificuldades do terreno, quer por causa da inclinação, quer por causa da lama e terra solta.
Hoje, felizmente conseguimos andar mais um pouco, uma vez que o desnível do terreno e também o tipo de solo, ajudaram a manter um ritmo mais animado.
Este Caminho Primitivo, foi acima de tudo um caminho de sorte. Tudo correu bem, não nos magoamos, tivemos muita sorte com o tempo, e as escolhas que fizemos para comer, dormir, e todas as outras, revelaram-se boas escolhas.
Foi um caminho doloroso para mim e para o Daniel, devido a dores no meu joelho e no caso do Daniel, acabou por não se adaptar ao peso extra da mochila e acabou por ficar com as partes baixas a precisar de muito descanso.
Amanhã, faltam percorrer 55km até Santiago. Irão ser percorridos ao longo do que falta no caminho francês.
Em jeito de comparação, com o caminho que fiz a pé em 2012, noto que alguns locais mudaram muito.
Existem agora muito mais alternativas no que diz respeito a albergues e a locais de apoio durante o caminho.
Este caminho deu-me a possibilidade de o conhecer de duas formas completamente distintas.
A pé e de bicicleta.
Com muita chuva e neve quando o fiz a pé, e com sol e algum frio quando o fiz de bicicleta.
No meio destas diferenças, encontrei uma coisa que os mantém únicos.
É um caminho fantástico, com locais e paisagens incríveis. Consegue transmitir uma rara beleza e tranquilidade que não é fácil encontrar noutro local.
Neste ponto de balanço, e porque o Caminho o proporciona, é tempo de olhar o futuro e uma decisão é tomada.
É tempo de fazer uma pausa nos caminhos de Santiago.
Desfrutar destas sensações assim o exige.
Até amanhã, vou vivendo um dia de cada vez, fazendo o bem, cativando sorrisos, e aprendendo a viver com perdas inesperadas que nos fazem querer viver mais, mais intensamente.
Obrigado.
terça-feira, 26 de abril de 2016
Dia 4- De Castro a Castroverde
Hoje o dia começou muito frio.
Saímos do albergue e começamos logo a subir. Passamos pelo marco que separa as Astúrias e a Galiza e fomos seguindo até Fonsagrada. Paramos aí para comer um bocadilho ao fim da manhã e aproveitamos para ir a farmácia. O meu joelho começou a doer e a dada altura, estava a ser muito doloroso. Com os comprimidos espanhóis, a coisa foi ao sítio e deu para aguentar até ao final da etapa em Castroverde. Acabamos o dia com 57km.
segunda-feira, 25 de abril de 2016
Dia 3- De Campiello até Castro
Hoje foi dia de fazer a rota dos hospitais. A etapa foi muito dura, mas de grande beleza. O pneu da bicicleta furou 2 vezes, o que acabou por atrasar a chegada a Castro com 58kms percorridos.
domingo, 24 de abril de 2016
Dia 2- de Cornellana até campiello
A noite foi bem dormida, e pela primeira vez, não fomos os últimos a acordar. Na realidade, os outros peregrinos, ainda ficaram a dormir quando saímos. Apenas um saiu antes de nós.
A saída do albergue deu início a uma etapa duríssima, que aos 15 km, já fazia com que as minhas pernas começassem a fraquejar.
O resumo de hoje é simples.
45 km, dos quais, 40 foram feitos no meio da lama, com subidas que nunca mais acabavam, e que em algumas delas, empurrar a bicicleta era um autêntico sacrifício.
Acabamos o dia desgastados mas o dia, pode ser considerado muito positivo, uma vez que devido ás dificuldade do terreno, até acabou sem problemas de maior.
Nunca andei de bicicleta nestas condições, com a bicicleta completamente a fugir de traseira e a frente a ir para o lado contrário ao que queria. Neste dia, posso dizer que melhorei a minha técnica e habilidade na condução da bicicleta uns 200℅.
Hoje apesar das dificuldades do terreno, as paisagens foram o motivo de enormes sorrisos de satisfação. Por aqui, temos uma visão que nos rodeia algo imponente, belo, e que nos faz sentir pequeninos.
Rodeados de montanhas, algumas com neve nos cumes, conseguimos ver os vales bem verdes, os animais soltos a pastar e hoje o sol apareceu e tornou tudo ainda melhor.
Amanhã será um dia muito complicado, uma vez que vamos atacar a subida dos hospitais, um local que em 2012 estava coberto de neve, mas que este ano deverá ter sol, muito sol!
Até amanhã!
Dia 1 Caminho Primitivo- De Oviedo até Cornellana
De volta ao caminho!
Desta vez, de bicicleta e com o Daniel. A viagem até Oviedo começou as 5 da
manhã e chegamos ao destino por volta das 10h30m.
A viagem foi tranquila e na companhia do Paulo e do Peixoto que assim que
nos deixaram lá, regressaram a Portugal.
Depois de afinarmos as bikes, e colocarmos tudo no sítio, andamos às
voltas, atrás da catedral. Depois seguimos até ao posto de turismo e depois
de carimbada a credencial, demos início ao nosso caminho.
Sair de Oviedo de bicicleta não é fácil. Não há setas, apenas vieiras
colocadas no chão. Aproveitamos a sair do centro da cidade, e fomos tratar
de almoçar, pois já tínhamos fome. Depois de almoçar, começamos a deixar a
cidade para trás. Ao fim de meia dúzia de km, já estávamos no meio da lama
e a percorrer verdadeiros single tracks e a desfrutar da natureza. O tempo
aguentou-se sem Chuva até quase ao final do dia, obrigando a vestir o
impermeável.
Por volta do km 16, numa descida com alguma inclinação, a minha roda da
frente escorregou e fui ao soalho.
Felizmente não foi nada de grave, apenas uns arranhões e pele esfolada.
Serviu para redobrar os cuidados a ter no caminho e a desconfiar das pedras
pelas quais escorria água.
Depois de 40 km de muita dureza e de muita subida, acabamos por decidir
ficar em Cornellana.
O albergue é bom, já lavamos e secamos a roupa, já demos banho também as
bikes e agora, aproveitamos o WiFi a borla pra manter a comunicação com o
mundo.
Vamos descansar.